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Forró
For All, Forrobodó ou Fobordão, o gênero musical, Forró, transcende sua etimologia.
Isso porque, para quem se entrega a este ritmo, antes de querer defender qualquer tese, o que seus ouvintes querem é se entregar ao gênero, seja dançando, cantando ou apenas apreciando.
O forró já existia antes mesmo de seu lançamento fonográfico, como festa popular, baile, pagode, festança, forrobodança, entre outros.
Pra uns For all, para outros Forrobodó e para alguns Fobordão, não importa, o mais relevante nessa história é que, assim como o Baião, o Xaxado e Marcha junina, também foi seu Luiz Gonzaga quem urbanizou esse gênero, ou seja, foi ele quem lançou para o mundo em 1958.
Antes de seu Luiz o forró já era verbalizado e musicado, por grandes artistas inclusive, mas ainda num contexto de festa, ou local que se tocava músicas populares do nordeste. Gênero que teve como influência e referência, o Coco, o Choro e o Baião, mas com a sagacidade e técnica de se cantar do rojão.
O forró é estilo musical porque extravasa a música, abrangendo o jeito que se dança, contexto poético, vestimenta e até culinária, mas ele é gênero musical também, porque foi projetado e idealizado para cantar as festas em que estava inserido e alguns causos do nordeste, seja de alegria, auto – afirmação e até zombaria.
Em forma de festa e celebração a dança surge através dos festejos, boa parte, que aconteciam nos pés das serras dos sertões nordestinos, por isso a nomenclatura ‘Forró Pé de Serra’. Com movimentações simples, embalado pelos diferentes ritmos, o forró tradicional teve como principais influências danças africanas, indígenas e europeias. A dança, como arte viva que é, com o passar do tempo, no fim da década de 90, assim como a música, evoluiu e se modificou, sofreu influência de outros gêneros que também estavam em ascensão, como o samba-rock, por exemplo.
Com movimentações mais complexas, giros e deslocamentos, surgiu o ‘Forró Universitário’. O termo é utilizado pois boa parte dos músicos (migrantes ou descendentes de nordestinos), no sudeste, cursavam universidades e tocavam em bares e festas que universitários frequentavam.
Ainda na década de 90, surgiu um outro subgênero do forró, o ‘Forró Eletrônico’, que, enquanto música, substituiu alguns dos instrumentos musicais principais do forró tradicional, como a zabumba, o triângulo e a sanfona, por instrumentos eletrônicos, como guitarra, contrabaixo e o órgão eletrônico.
Na dança, as movimentações são mais elaboradas e performáticas, também tendo influência de outras danças, como a extinta lambada.
Enquanto dança, o forró trouxe uma nova dinâmica aos espaços de sociabilidade e relações entre povos. Com seu caráter mundano, ele da novo tom e novas possibilidades de troca, seja corporal ou até cultural. Essa troca acontece através da conexão que o gênero proporciona. É prática que tem como “mote” o sentir e o experienciar.
É cultura que tem como ancestralidade negros e indígenas, onde você já começa saudando e respeitando quem veio antes de você. É arte de teoria autônoma. É filosofia de vida que se desenvolveu e se estruturou através da prática, de histórias, de danças e sentimentos. Forró é música que desenvolve comportamento e forma senso crítico, mas mais que isso, é sobre juntar pessoas. É cultura que agrega e partilha.
VIVA O FORRÓ!